segunda-feira, novembro 20, 2006

“Saúde: Um Direito ou Um Serviço?”

Numa altura em que se presenciam vários cortes orçamentais, a saúde foi englobada nos “exagerados gastos públicos” e por deliberação de uma comissão criada pelo governo, o serviço de Urgência do Hospital Distrital de Anadia pode ter os dias contados.

O governo, na voz do seu ministro da saúde Dr. Correia de Campos, quis balizar os consumos na saúde, eliminando e anulando o insustentável apoio dado pelos hospitais da periferia. Desta forma preferiu custear a consulta de urgência nos Hospitais da Universidade de Coimbra no valor de 143,50 € por consulta em detrimento dos 50€ que iria pagar em Anadia.

Não se compreende que a módica quantia de 41 386 utentes que foi consultado em 2005 não seja suficiente para assegurar o não encerramento deste serviço de urgência.

O Hospital José Luciano de Castro – Anadia (HJLCA) pretende hoje e sempre ser reconhecido pelos altos níveis técnicos, humanizados e personalizados dos cuidados de saúde que presta.

Foi, por este motivo, ao longo dos últimos anos, alvo de profundas remodelações com o objectivo de oferecer cuidados de saúde da mais elevada qualidade, não só à população do concelho de Anadia, mas também dos concelhos limítrofes dos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu, além dos utentes de outras zonas do país (sobretudo população sénior), que procura os três complexos termais que se situam na sua zona de influência.

Com um serviço de urgência a cerca de 30 minutos do centro de Anadia e a mais de 45minutos dos pontos mais afastados do concelho, e sabendo que qualquer vítima em paragem cardíaca perde 10 a 15% das funções vitais por cada minuto que passa, é importante valorizar a existência de um serviço intermédio que apenas transfere cerca de 8% dos seus utentes diários, sendo estes classificados como “Críticos”.

O serviço de urgência tem desde sempre a preocupação de transferir os seus doentes críticos nas melhores condições de segurança e dentro da boa prática profissional, acompanhando este doentes até ao hospital de destino em ambulância medicalizada com recursos humanos e técnicos adequados à sua situação. Por esse motivo segue as linhas orientadoras para transporte de doentes críticos da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos e da Administração Regional de Saúde do Norte.

Desta forma e por esta razão queremos garantir o melhor acesso aos nossos serviços, aos nossos utentes residentes e aos visitantes.

A saúde não pode ser vista sobre um prisma unicamente economicista mas como um direito inegável a toda a população consagrada constitucionalmente.

Por tudo isto a JSD Anadia critica vivamente a postura do nosso governo e recusa qualquer hipótese que não seja a da manutenção do serviço de urgência aberto 24 horas por dia.

Moção apresentada no Conselho de Distrital da JSD de Aveiro - São João da Madeira, 12 de Novembro de 06

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